Anos atrás, tinha um 171 na praça
de “tirar o chapéu”. Este era o legítimo 171, pois ganhava a confiança das
vítimas na “conversa”. Agia de cara limpa e não usava documentos falsos.
Certa ocasião entrou em contato
com um proprietário de iate, dizendo-se interessado na embarcação.
Deslocou-se para lá a bordo de
uma reluzente Mercedes-Benz. Apresentou-se ao proprietário e iniciaram uma
muito animada conversa.
O proprietário disse ser amigo de
uma figura muito conhecida na cidade do comprador, e este disse que era seu
amigão também, e tinha sido convidado para a festa de 15 anos da filha dele.
Descreveu a festa, os convidados,
os acontecimentos e as ocasiões em que eles se encontraram.
Conversa vai, conversa vem,
chegaram na negociação do iate.
Abriu uma mala de dólares, só que
não tinha levado tudo.
Disse que por motivos de
segurança trouxera só uma parte, que faria DOC bancário e depositaria o
restante assim que retornasse.
Nesta altura, a vítima já estava
no “papo”.
Pediu para assinar o documento de
transferência e quitação do iate, pois ficaria muito oneroso retornar para
pegar o documento.
Assim foi feito. Levaram a
embarcação e ele retornou à sua cidade.
Passados alguns dias, o vendedor
começou a ligar, cobrando o restante combinado.
Ele, velho malandro, diz para a
vítima:
- Que restante do dinheiro?
Não lhe devo mais nada. Você não
me entregou o recibo de transferência e quitação?
A vítima ficou a ver navios.
Anos mais tarde, foi encontrado
literalmente, com a boca cheia de formigas. Foi colocado em cima de um
formigueiro e crivado de balas.
Tanto aprontou na vida, que
alguém não achou graça em ser trapaceado.
Nota: quanto a ser amigo da
figura conhecida, ele acompanhava as colunas sociais dos jornais.
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