sábado, 15 de outubro de 2011

LEVA IATE “NA CONVERSA”


Anos atrás, tinha um 171 na praça de “tirar o chapéu”. Este era o legítimo 171, pois ganhava a confiança das vítimas na “conversa”. Agia de cara limpa e não usava documentos falsos.
Certa ocasião entrou em contato com um proprietário de iate, dizendo-se interessado na embarcação.
Deslocou-se para lá a bordo de uma reluzente Mercedes-Benz. Apresentou-se ao proprietário e iniciaram uma muito animada conversa.
O proprietário disse ser amigo de uma figura muito conhecida na cidade do comprador, e este disse que era seu amigão também, e tinha sido convidado para a festa de 15 anos da filha dele.
Descreveu a festa, os convidados, os acontecimentos e as ocasiões em que eles se encontraram.
Conversa vai, conversa vem, chegaram na negociação do iate.
Abriu uma mala de dólares, só que não tinha levado tudo.
Disse que por motivos de segurança trouxera só uma parte, que faria DOC bancário e depositaria o restante assim que retornasse.
Nesta altura, a vítima já estava no “papo”.
Pediu para assinar o documento de transferência e quitação do iate, pois ficaria muito oneroso retornar para pegar o documento.
Assim foi feito. Levaram a embarcação e ele retornou à sua cidade.
Passados alguns dias, o vendedor começou a ligar, cobrando o restante combinado.
Ele, velho malandro, diz para a vítima:
- Que restante do dinheiro?
Não lhe devo mais nada. Você não me entregou o recibo de transferência e quitação?
A vítima ficou a ver navios.
Anos mais tarde, foi encontrado literalmente, com a boca cheia de formigas. Foi colocado em cima de um formigueiro e crivado de balas.
Tanto aprontou na vida, que alguém não achou graça em ser trapaceado.
Nota: quanto a ser amigo da figura conhecida, ele acompanhava as colunas sociais dos jornais.

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